Ao ouvirmos ou lermos essa expressão extraída de 1 Coríntios ou “Não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” da Carta aos Romanos, é, com certeza, muito fácil pensarmos no apóstolo Paulo, afinal era sua instrução para a vida das igrejas, dos cristãos.
Entretanto, olhando as Escrituras, podemos bem associá-las à prática de discípulos que seguiram para Antioquia levando o evangelho (ainda que por causa de dura perseguição), uma vez que estes irmãos, leigos, não se esqueceram do evangelho tal qual pregado pelos apóstolos, nem dele se envergonharam. E de Antioquia a expansão evangelho foi marcante na história da Igreja.
Morrinho, comparada ao Monte de Sião pelo Rev. Júlio Andrade Ferreira no seu livro “História da Igreja Presbiteriana do Brasil”, melhor seria se comparada à Igreja de Antioquia, pois tanto em Antioquia como no Morrinho, homens simples, mas crentes fieis, protagonizaram a expansão do evangelho.
Morrinho é uma página (ou duas, três, quatro...) da história da Igreja Presbiteriana. Caleb Soares escreve: “Aos domingos, [Willis Robert] Banks, com apenas um ano e pouco de profissão de fé, e sua esposa, que professara a sua fé quase nas vésperas da viagem para Juquiá, faziam constantemente o culto doméstico e convidavam a vizinhança. Pois foi aí que Deus despertou em Banks seu chamado para evangelizar. (...) Administrar a fazenda Poço Grande foi o meio de que o Senhor se serviu para levar a cabo, por intermédio dele, a evangelização daquela grande zona do litoral paulista. (...) Começavam a nascer um missionário e uma igreja, ambos pioneiros na região.”
Banks, o Velho Banks, nos faz lembrar, também, os patriarcas – os quais tão logo chegavam às suas paragens debaixo da bênção de Deus, erguiam um altar e lhe prestavam culto – isso falo porque chegou ao Poço Grande no dia 16 de janeiro de 1897, no dia seguinte, domingo, dirigia o primeiro culto em companhia dos vizinhos que visitavam os recém-chegados.
Estamos vivendo estas datas marcantes: 120 anos do primeiro culto evangelístico do Vale do Ribeira e 500 anos da Reforma Protestante. É tempo de retomarmos a Reforma, de lembramo-nos do evangelho, de seguirmos sempre reformando!